domingo, julho 31, 2005

Acho que te perdes.
Acho que me queres dissolver nesse teu universo oco.
Faltam-te motivos, não acreditas em suficiência
Finges a contemplação mas tens medo.
Medo que te leve a razão, medo de perderes o compasso.
Dá a mão ao medo.
É ele o guardião de todas as verdades.

sábado, julho 09, 2005

seitan

"Bom então vais por ex ao Celeiro (loja)
procuras ou pedes GLUTEN de TRIGO...
é uma especie de farinha.
Modo de preparação:
tiras uma quantidade de farinha misturas água até fazeres uma bola (como se fosses fazer pão);
depois cozes durante 25 minutos em água;
e pronto. fica diferente pq é caseiro e não tem conservantes. "

sexta-feira, julho 08, 2005

arte pós-moderna

Desmaterializando a obra de arte do fim do milênio
Faço um quadro com moléculas de hidrogênio
Fios de pentelho de um velho armênio
Cuspe de mosca, pão dormido, asa de barata torta

Teu conceito parece, à primeira vista,
Um barrococó figurativo neo-expressionista
Com pitadas de arte nouveau pós-surrealista
Ao cabo da revalorização da natureza morta

Minha mãe certa vez disse-me um dia,
Vendo minha obra exposta na galeria,
"Meu filho, isso é mais estranho que o cu da gia
E muito mais feio que um hipopótamo insone"

Pra entender um trabalho tão moderno
É preciso ler o segundo caderno,
Calcular o produto bruto interno,
Multiplicar pelo valor das contas de água, luz e telefone,
Rodopiando na fúria do ciclone,
Reinvento o céu e o inferno

Minha mãe não entendeu o subtexto
Da arte desmaterializada no presente contexto
Reciclando o lixo lá do cesto
Chego a um resultado estético bacana

Com a graça de Deus e Basquiá
Nova York, me espere que eu vou já
Picharei com dendê de vatapá
Uma psicodélica baiana

Misturarei anáguas de viúva
Com tampinhas de pepsi e fanta uva
Um penico com água da última chuva,
Ampolas de injeção de penicilina

Desmaterializando a matéria
Com a arte pulsando na artéria
Boto fogo no gelo da Sibéria
Faço até cair neve em Teresina
Com o clarão do raio da siribrina
Desintegro o poder da bactéria

Com o clarão do raio da siribrina
Desintegro o poder da bactéria

"Bienal", Zeca Baleiro
Composição: Zeca Baleiro / Zé Ramalho

sexta-feira, julho 01, 2005

Confesso-me um bocado frustrado com o panorama artístico português. Nomeadamente o meu, que não sei nadar por correntes de lobbys (não nos ensinam isso na faculdade). Tenho que olhar para fora daqui, ou perco o rumo de vez.

hoje? e só agora me dizes?